domingo, 28 de fevereiro de 2016

Os favoritos para Oscar 2016 em cada categoria - The Oscar Goes To...

Começou!! Tá rolando agora a cerimônia do Oscar!! Depois de um mês inteirinho de maratona, comentando sobre os grandes filmes do ano e que receberam mais indicações ao Oscar 2016, finalmente vamos conhecer os premiados. E na última postagem do Rede Cinefilia antes da grande noite, vou falar quais são os meus favoritos em cada categoria. Fiquem à vontade para palpitar também :


Melhor Animação
A disputa é bastante interessante nesta categoria, que apesar de possuir cinco indicados, concentra as atenções em duas produções. Temos mais um grande investimento da Pixar, Divertida Mente, e um filme nem tão badalado assim, mas muito bem conceituado pela crítica, o brasileiro O Menino e o Mundo. Claro que nossa torcida é pelo filme brasileiro, mas aqui é bastante difícil desbancar a toda poderosa Pixar. O Oscar deve ficar com Divertida Mente.


Melhor Filme Estrangeiro
Confesso que aqui não fiz meu dever de casa, não assisti nenhum dos indicados nesta categoria. Mas tanto pela lista, que conta com filmes da Colômbia, França, Hungria, Dinamarca e até da Jordânia, quanto pelas críticas que li, esse deve ser o prêmio mais difícil de se prever. Se fosse para apostar, ficaria com o dinamarquês. O filme conta a história de uma companhia militar capturada pelos Talebãs, no Afeganistão e tem recebido ótimas críticas.


Melhor Documentário
Vi três dos cinco indicados: Amy, What Happened, Miss Simone? e Winter of Fire. Aqui a disputa não é fácil, são otimos filmes, cinematograficamente muito bons, mas meu favorito é a excelente produção Netflix, Winter on fire: Ukraine's Fight for Freedom, que conta a história das manifestações na Ucrânia em 2013 e 2014, violentamente reprimidas pelo governo.


Melhor canção original
Eis os indicados:
"Earned it", The Weekend ("Cinquenta tons de cinza")
"Manta Ray", J. Ralph & Antony ("Racing extinction")
"Simple song #3", Sumi Jo e Viktoria Mullova ("Youth")
"Writing's on the wall", Sam Smith ("007 contra Spectre")
"Til it happens to you", Lady Gaga ("The hunting ground")
Minha torcida é por Sam Smith, acho que é a canção que mais tem a cara do filme. Mas o lobby da Gaga é grande, não é surpresa nenhuma se o Oscar ficar com a loira.


Cabelo-Maquiagem e Figurino
São categorias geralmente dominadas por filmes de época, que costumam fazer um grande trabalho quanto aos contornos dos personagens. Por isso A Garota Dinamarquesa e Carol estão na lista, e não são fracos não. Mas fica difícil tirar o Oscar dos maiores concorrentes da noite, O Regresso e Mad Max. Esses dois são filmes tecnicamente perfeitos e entre eles acho Mad Max melhor quanto aos aspectos visuais. Minha aposta é que Mad Max fique com o prêmio nas duas categorias.


Edição e mixagem de som
Nessas categorias O Regresso é "favoritaço", quase imbatível. Temos grandes concorrentes sim, Perdido em Marte, Star Wars e Mad Max. Mas O Regresso trabalha muito bem todos os aspectos de som, é perfeito nesse quesito. É complicado dizer isso quanto à disputa do Oscar, mas nessa categoria são "favas contadas"!!


Design de produção, efeitos visuais e montagem
Todas essas categorias trazem o conceito visual do filme, seu projeto artístico e a elaboração dos planos e das cenas. Como falei anteriormente, acredito que Mad Max é visualmente melhor que seus concorrentes, por isso é meu favorito. Mas diferente dos aspectos de som, essa disputa é mais difícil, não dá para "cravar".


Fotografia
Aqui o páreo é duríssimo. Temos ótimos trabalhos e dois belíssimos, acima da média, são eles O Regresso e Mad Max. Quem assina o primeiro trabalho é Emmanuel Lubezki, que caminha para o seu tricampeonato (ganhou com Gravidade e Birdman). Já quem leva os créditos do segundo trabalho é John Seale, que também já ganhou o Oscar com O Paciente Inglês. Comentei sobre a fotografia desses filmes nos posts anteriores e ficaria redundante colocar mais elogios. Meu favorito é Mad Max, mas acho que Lubezki (O Regresso) deve levar sua terceira estatueta, ele é o favorito dos críticos e deve ser também o da Academia.


Melhor trilha sonora
Em uma das poucas categorias onde O Regresso e Mad Max não concorrem, meu favorito é um filme do Spielberg. Ponte dos Espiões é muito bom e nos comentários sobre ele mencionei sobre o casamento perfeito entre o conceito da obra, a carga dramática e a trilha sonora. Acho que seria uma injustiça não dar o prêmio a ele.



Roteiro Original e Roteiro Adaptado
Os indicados nessas categorias são excelentes trabalhos e todos, SIM, TODOS, poderiam levar a estatueta. Quanto à roteiro adaptado, acho A Grande Aposta melhor que seus concorrentes. Para Roteiro Original temos dois filmes semelhantes quanto ao gênero, são Spotlight (quase um documentário) e Straight Outta Compton (um documentário), além de Ex Machina, um filme muito interessante e com um roteiro muito bem construído, e de Ponte do Espiões, esse último o meu favorito.


Melhor Diretor
Para Melhor Diretor meu favorito é A Grande Aposta, com Adam Mckay. Por que? Acho que há um nível maior de dificuldade quanto à adaptação do tema ao formato cinematográfico, tudo isso com um excelente uso da meta linguagem, do humor e com ótimas construções das cenas. Ou seja, pude perceber de modo mais evidente a marca do diretor. Na real? Deve ir para Iñarritu e O Regresso.



Atriz e Ator coadjuvante
Entre as mulheres minha favorita é Alicia Vikander, a moça fez um primoroso trabalho em A Garota Dinamarquesa (e também em Ex Machina) e merece incontestavelmente o prêmio. Quanto aos homens, a Academia costuma fazer a "justiça atrasada" e por isso há muitas chances do Stallone levar a estatueta, mas sinceramente acho que Tom Hardy está irretocável como Fitzgerald, em O Regresso. O prêmio deve ficar com um dos dois.



Melhor atriz e Melhor Ator
Aqui, tanto entre a crítica especializada quanto entre os amigos cinéfilos, temos unanimidades, Brie Larsson por O Quarto de Jack e Leonardo DiCaprio por sua interpretação em O Regresso. O único capaz de "ameaçar" DiCaprio é Eddie Redmayne por sua belíssima atuação em A Garota Dinamarquesa, mas não acho que Leonardo saia sem sua estatueta.


Melhor Filme
Na minha humilde opinião, Mad Max é incontestavelmente melhor que o cansativo O Regresso. Acho inclusive, que se houvesse um pódio, O Regresso não estaria nele, isso segundo a "minha lente". Mas vamos lá, o lobby do filme de Iñarritu é muito forte e por isso deve "arrastar" esse e quase todos os prêmios da noite.

Ufa! Foi longo este post, mas falamos de quase todas as categorias. Faltaram aqui os curtas, que confesso não assisti. Agora é só conferir a transmissão da cerimônia e acompanhar a entrega dos prêmios. Os cinéfilos enlouquecerão!!!!!


Por Thiago Sales

DEADPOOL, MOTHERFUCKER

Tragam um Oscar para esse homem!!!

Faço essa postagem nos acréscimos do 2º tempo, quase perdendo a hora, mas ainda dá pro pessoal do Oscar perceber o erro que estão fazendo e nomearem Deadpool como vencedor de todas as categorias. #that’s the dream
Não vou comentar o fato de que se o Leo Di Caprio ganha o Oscar agora perderemos nosso meme favorito dessa época do ano, e vou pular pra a frase que disse ao sair da sala de exibição de Deadpool e que ainda sustento: “sei que estamos em fevereiro, mas esse é o melhor filme de 2016, e pronto!”
E digo o porquê: o humor maravilhoso, sarcástico, inteligente e pesado do filme não se encontra por aí em qualquer lugar. E me refiro a esse tipo de humor específico, e que nos faz rir de verdade, com gosto, sabe.

~Capitão Deadpool~ lendo minha carta de amor que mandei :)
Além disso, não é novidade que Deadpool abre um precedente maravilhoso de mais filmes com vocabulário e cenas mais pesadas, como seu colega de gênero X-Men foi ao seu tempo um divisor de águas pros filmes de super herói. Sendo fã apaixonada de Tarantino, eu adoro um sangue esguichando pra todo lado, mas mesmo quem não gosta tanto, fica incomodado com aquelas cenas que o herói apanha de 100 e nada de aparecer um roxinho que seja.
Falando em cenas fortes, fica um apelo: gente, parem de levar crianças pra filmes com classificação 16 anos. Tô sabendo que você vive perigosamente e ‘fuck the rules’, mas a classificação tá ali por um motivo tá?!
Outro motivo pra esse filme ser maravilhoso: referências! Meu deus, como eu amo referências. S2
Enfim, sem muito spoiler grazadeus, mas com muito amor, eis minha resenha.

por Larissa Ludiana

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Mad Max ( A Estrada da Fúria) - The Oscar Goes to...

Quem assistiu os outros filmes da franquia, principalmente os dois primeiros, achava difícil de imaginar um Mad Max sem Mel Gibson ou um George Miller que conseguisse se superar depois de tantos anos. Mas Mad Max - A Estrada da Fúria quebra todas essas barreiras e é simplesmente o melhor dos oito indicados ao Oscar 2016, o melhor filme de ação de 2015, o melhor de todos os Mad Max e uma obra prima do cinema, por isso indicado em dez categorias pela Academia.


Depois que você compra o ingresso e senta na poltrona, é como se apertasse o cinto e embarcasse em uma viagem alucinante. Logo de cara, Tom Hardy, que tem a ingrata missão de substituir Mel Gibson, é capturado pela gangue de Immortan Joe e obrigado a fornecer sangue para os soldados do exército. O vilão Immortan Joe detém uma reserva de água e por isso explora toda uma comunidade miserável, que é totalmente submissa e dependente dele. Joe tem seus soldados e suas próprias escravas, usadas para gerar filhos. 


É contra essa situação que a Imperatriz Furiosa, encenada pela maravilhosa Charlize Theron, se insurge e foge da dominação do "rei local" levando consigo as suas escravas e o prisioneiro fugitivo Max. A perseguição que se segue é insana e não deixa o público sequer tomar fôlego. Temos uma narrativa muito bem construída, sem pontas soltas e que prende o espectador por inteiro. Vemos a todo o momento a mão de George Miller e os elementos novos muito bem linkados com os da história original: o futuro pós apocalíptico, o caráter quase messiânico de Immortan Joe, o espírito justiceiro de Max, a violência extrema, a insanidade humana, a revolta diante de uma situação de exploração e o aspecto visual dos personagens, este último digno de premiação. 


Todo o filme é muito bem construído. O novo Mad Max é tecnicamente perfeito, desde a fotografia até os aspectos de som. A apresentação visual é excelente, a montagem idem e as atuações, essas nem se fala. Tom Hardy vem muito bem no papel do novo Max, mas mesmo assim não fica em primeiro plano, pois o trabalho de Charlize Theron é impecável, muito por causa da força da personagem, e ainda temos o excelente Nicholas Hoult, com a carga dramática e a virada psicológica do personagem Nux. 


Sendo sincero, Mad Max - A Estrada da Fúria, é para mim o melhor filme de 2015 e o melhor filme dentre os oito indicados ao Oscar 2016. Sendo realista, a Academia ainda possui alguns preconceitos em relação à esse tipo de filme, um blockbuster, por isso há uma diferença muito grande entre ter o seu preferido e realmente acreditar que ele leve o grande prêmio da noite no dia 28 de fevereiro, O Regresso deve ser o dono da mais cobiçada estatueta. Um conselho? Assistam e tirem as suas conclusões. 

Por Thiago Sales

O Quarto de Jack - Profundo, tocante e muito sensível.

Depois que você assiste O Quarto de Jack vem uma dúvida cruel: seria melhor saber ou não saber sobre a história que inspira o filme? Esse detalhe faz uma enorme diferença. É uma história muito delicada e muito difícil de ser contada, principalmente no que se refere sob que perspectiva a narrativa é apresentada. Mas O Quarto de Jack acertou em cheio, pois baseado no romance de Emma Donoghue, traz a história de uma menina abusada e mantida em cativeiro por anos, que tem seu filho dentro de um quarto, e tudo isso contado a partir do ponto de vista da própria criança. Vale lembrar que a inspiração do romance é a história da menina austríaca, que foi sequestrada e confinada por anos, caso que ficou famoso no mundo inteiro.


Jack, interpretado de maneira tocante por Jacob Tremblay, não conhece nada além das paredes e da clarabóia do quarto. Sua mãe, encenada de maneira irretocável pela vencedora do Globo de Ouro (e minha favorita para o Oscar) Brie Larsson, tenta de todo modo suavizar a vida difícil de ambos, criando quase que um universo paralelo e vínculos fortes de amor e carinho. O filme tem diálogos emocionantes e nos apresenta uma profunda reflexão sobre a relação de amor entre mãe e filho e sobre a capacidade humana de encontrar esperança em momentos tão sombrios.


Além das atuações primorosas, a obra tem como pontos fortes o roteiro, que também levou o filme à indicação em Roteiro Adaptado, os enquadramentos perfeitos das cenas e a dose (nem fraca, nem exagerada) de suspense. Pena que toda essa tensão, que era crescente e levava o público à alguns saltos na poltrona, cai vertiginosamente e faz com que a narrativa perca um pouco seu ritmo a partir do momento que eles se deparam com o mundo exterior. Mas calma, nada que o tire o brilho do filme.


"Lá fora" a preocupação é descortinar esse mundo novo à Jack. Um "quarto maior"! É sob essa lente que a criança enxerga o mundo exterior e aí percebemos todo o dano emocional causado pela tragédia pessoal vivida por eles. O Quarto de Jack é profundo, tocante e muito sensível, principalmente por não ter nos trazido a história de um sequestro, mas sim toda a questão emocional envolvida nesta trama. Apesar de todos os elogios e de "valer a pipoca", não deve levar melhor filme. Mas Brie Larsson, olho nela! Vem com muita força para "roubar" a estatueta de Melhor Atriz da midiática Jeniffer Lawrence.

Por Thiago Sales

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Deadpool

Caralho... Que filme FODA!

Não tem como falar de outra forma sobre Deadpool.

Deadpool começa a ler nosso texto

Escrevi um tempo atrás que tudo é uma questão de expectativa (veja aqui o caso do filme Padre). Muitas vezes você chega no cinema esperando ver um filme de péssimo a ruim e vê um filme regular, ele é, relativamente, bom. Mas se você espera ver um filme de bom a ótimo (como foi o que o marketing do Deadpool nos passa) e você vê um filme ESPETACULAR... Aí ele é do Caralho!!!

Vou logo confessar... Não conhecia o Deadpool antes da campanha de marketing avassaladora da Fox transformá-lo na maior estreia de um filme para maiores nos Estados Unidos. Não sou fã. Não li os quadrinhos. Na verdade, eu nem o conhecia, mas já o considero pacas...

Esse é o Deadpool, Bitches...

O filme, se você não mora em Marte, trata de um anti-herói. Um cara que está em estado terminal e desesperado tenta de tudo, até ser recrutado por uma agência muito estranha para uma experiência. Experiência esta que o cura de seu câncer, mas em compensação o deixa infodível...

Esse é o motivo da máscara

O personagem é conhecido como Tagarela, justamente por ele não se calar um instante (e falar palavrão como em nenhum outro filme da Marvel, ou de qualquer outro baseado em quadrinhos, antes). Ele faz auto-referência, auto-zoação em limites nunca antes vistos.

E tem a tal da quebra da quarta parede. É assim... Quando vemos um filme, nós ficamos de um lado da tela que forma uma parede invisível, pois vemos os outros três lados da cena. O Deadpool nos trás para dentro do filme. Ele quebra essa parede. Ele conversa com você, a ponto dos outros personagens não entenderem o que ele está fazendo. É fantástico.

E vamos para a ação

É comédia, é ação, é romance, é terror... Tudo muito bem feito, mesmo com um orçamento baixo (que é um dos motivos de zoação no filme). As cenas de ação são muito boas. Além disso, tem o fato de redimir o personagem totalmente desfigurado que apareceu em Wolverine: Origens. A única sensação de melhora que penso é que as melhores cenas estão no trailer... Mas, entendo que seja porque quase ninguém já tinha ouvido falar em Deadpool.

Quase ninguém, porque depois do filme, esse vai ser o filme favorito de muita gente.

O deadpool aprova a merda desse texto...

É isso! E que venha Deadpool 2...

P.S.: Não percam a cena pós-créditos... Tik... Tiká...

Por Ricard Wolney

Brooklin - A mais grata surpresa entre os indicados.

Ultimamente o cinema tem nos presenteado com heroínas marcantes, como a Furiosa (Charlize Theron) de Mad Max, a Rey (Daisy Ridley) de Star Wars e a Katniss (Jennifer Lawrence) de Jogos Vorazes. Mas quem disse que precisa partir para a briga ou pegar em armas para ser uma verdadeira heroína, para revolucionar a sua realidade e ser a senhora de seu próprio destino?? A jovem irlandesa Ellis, interpretada pela talentosa Saoirse Ronan, prova que um filme clássico e com uma personagem clássica ainda é capaz de arrebatar o público e faz de Brooklyn a mais grata surpresa nessa disputa pelo premio de melhor filme no Oscar 2016.


Quando lemos a sinopse, chegamos a pensar que se trata de um engano a sua indicação para tantos prêmios, três no total. Mas aos poucos, a sala escura e quase vazia do cinema, afinal é duro concorrer com O Regresso e Deadpool, vai nos revelando um roteiro muito bem adaptado, uma narrativa dinâmica e uma personagem encantadora, forte, humana, cheia de conflitos e que evolui com uma leveza única.


A história começa quando Ellis se percebe, em plena década de 50, sem perspectivas em sua cidade natal, na Irlanda, e parte em busca de uma vida melhor nos Estados Unidos, deixando para trás sua mãe e sua irmã. A moça vai morar em uma pensão no Brooklyn, e logo de cara precisa superar a saudade da família e as dificuldades de um universo totalmente novo em Nova York. 


Ellis quebra paradigmas, pois ao contrario da maioria das meninas da época, concilia sua vida entre trabalho e estudos, e acaba se apaixonando por Tony, um italiano pobre, sem estudo, mas muito decente e generoso. A partir daí vemos o florescer de uma bela mulher, que vai amadurecendo e deixando de ser menina. Que vai ganhando segurança, maturidade e que aprende a lidar com seus sentimentos e a enfrentar as consequências de suas escolhas. O filme não é apenas sobre a história de uma jovem irlandesa, mas captura de maneira bem singular a jornada de milhões de imigrantes que cruzaram o oceano em busca de uma vida na melhor na América. 


Os destaques da obra ficam por conta do já mencionado roteiro, excelente e que torna o filme um forte concorrente nessa categoria, a trilha sonora tocante e a arrebatadora interpretação de Saoirse Ronan, que concorre ao Oscar de Melhor Atriz. Brooklyn é um daqueles filmes que te da uma saudade boa ao sair da sala de cinema e ainda arranca uns suspiros dos mais românticos. É um clássico, mas surpreende. Tem romance, mas não é água com açúcar. Tem uma linda história e vale a pipoca! Só não tem o peso e força dos demais concorrentes. 

Por Thiago Sales

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Domhnall Gleeson – Um ator pra toda obra


Mais do que uma cinéfila, eu sou uma nerd de filmes. Quando acabo de ver um filme eu pesquiso sobre ele, os atores, diretores, produtores e etc envolvidos. Engraçado, porque quando eu assisti Questão de Tempo (About Time), isso quando ainda não era um filme pop que vez por outra aparece nos destaques da Netflix, eu não fiz a rotina pós pesquisa. Por isso demorei a me deslumbrar com o Domhnall Gleeson.
Em Questão de Tempo Gleeson interpreta Tim, daqueles bobalhões apaixonados irrecuperáveis. Mais um filme brilhante sobre amor e viagem no tempo – outro ótimo é The Time Traveler's Wife, também com a Rachel McAdams, mas também não há muitos filmes nessa categoria.
A questão é: me apaixonei pelo Gleeson. Digamos que já o imaginei como o Michael Cera irlandês (fadado a fazer papéis de bobão, caso não tenha entendido a referência). Oh, boy! Como eu estava enganada.

Qual não foi minha surpresa quando General Hux entra em cena no lindo maravilhoso Star Wars: The Force Awakens e eu percebo que é o mesmo Domhnall Gleeson. Confesso que por alguns instantes pensei que fosse um dos gêmeos Weasley. Sabe como é: ruivos são todos iguais. No fim das contas ele não era um dos gêmeos Weasley, mas interpretou o irmão Weasley mais velho, o que explica tudo!
Até aí tudo bem, amei ele em Star Wars (como não amar tudo nesse novo Star Wars?), mas vida que segue. Fui assistir O Regresso. Lá estava ele de novo, num tipo totalmente diferente de personagem – de novo.
Resumo da história: tem futuro esse rapaz (além de ruivo e lindo). Gleeson fez 4 filmes em 2015. Todos estão na lista de indicados ao Oscar.

Por Larissa Ludiana

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

O Regresso - Seria o melhor filme? Hollywood, we have a problem!

Quando um filme é muito badalado pela mídia, é interessante que façamos um exercício de "distanciamento" antes de assisti-lo pela primeira vez. Isso porque se você não o faz, corre o risco de enxergar as coisas com a lente de alguém e não com a sua. É bem o caso de O Regresso! Tente se manter alheio ao zum-zum-zum que o cerca, é uma postura recomendável. 


O Regresso é um ótimo filme, sem dúvida, principalmente quando falamos de alguns aspectos mais técnicos como edição e mixagem de som, efeitos visuais, figurino e maquiagem. É quase tudo impecável e certamente o filme deverá ser premiado nessas categorias. Outro que fez um excelente trabalho é Emmanuel Lubezki, diretor de fotografia, e talvez seja ele o grande protagonista do longa. As imagens das montanhas, dos cenários com neve e as várias sequências com o pôr do sol tiram o fôlego, a cor e a apresentação do filme criam uma identidade visual forte e a sinergia com os elementos da natureza como o vento, o rio e as árvores, dão um tom poético e contemplativo e colocam o homem como parte indissociável dessa natureza. 


E é estranho que esse aspecto seja também um dos grandes pecados do filme, talvez pelo trabalho questionável de Iñarritu nesta obra. Isso porque O Regresso coloca em evidência a brutalidade humana e tem uma proposta de questionar a "humanidade" de maneira quase filosófica e sublime, mas não entrega o que promete. Além disso tem uma narrativa um pouco "arrastada", que coloca o espectador olhando o relógio em vários momentos. E a tal da "formação da identidade norte americana"? Essa deve ter ficado só nos bastidores. 


Quanto ao elenco, todo ele traz ao público um trabalho primoroso. Tom Hardy está impecável na pele do vilão Fitzgerald e leva um certo favoritismo para o prêmio de Ator Coadjuvante. E o que falar do Dicaprio??? Bem, o DiCaprio está irretocável como o explorador Hugh Glass, é emocionante vê-lo atuar e é muito improvável que não leve a estatueta como Melhor Ator, até porque a Academia costuma fazer a chamada "justiça atrasada" e esse Oscar está passando da hora de sair para ele. 


Podemos dizer que um filme é basicamente as escolhas do seu diretor. E podemos dizer que aqui há várias escolhas acertadas e outras bastante questionáveis. O Regresso vale a pipoca, com certeza! Está longe de ser ruim, mas não é essa 8 oitava maravilha que dizem, tampouco é o que se propôs a ser. Se leva o prêmio de Melhor Filme? Hollywood, we have a problem!!

Por Thiago Sales


sábado, 6 de fevereiro de 2016

A grande Aposta - O filme com a cara da academia.

Selecione um excelente roteiro, com uma grande história e de preferência uma história real, reúna um grandioso elenco, adicione uma porção generosa de ironia, uma crítica contundente e os coloque sob a batuta de um diretor acostumado às "tiradas" da comédia. Pronto, temos um filme com a "cara do Oscar". Esse é A Grande Aposta.


E em primeiro lugar, é importante deixar claro algo importante: A Grande Aposta é uma comédia. Por mais que tenha um certo tom dramático em alguns momentos e em outros se pareça até com um documentário, tenhamos em mente que é uma comédia. O filme traz uma adaptação do livro de Michael Lewis, The Big Short: Inside the Doomsday Machine, e conta a história de investidores que previram uma das maiores crises econômicas da história, a crise do mercado de títulos imobiliários dos EUA, e de maneira absurda e contra todas as perspectivas apostaram contra o sistema financeiro. 


Não espere para ver os "mocinhos", que na hora H vão aparecer e salvar o mundo de uma tragédia. Aqui não há heróis, pelo contrário, essa turma ávida por dinheiro se aproveita das falhas do modelo, das consequências catastróficas e lucra muito, muito mesmo! Inclusive, uma das "genialidades" da trama é trazer quatro perspectivas diferentes da mesma situação. Primeiro temos Cristian Bale, impagável sob a pele de um personagem com uma inteligência fora do comum, mas constantemente em crise, com problemas comportamentais e que não se relaciona bem com as pessoas. Os outros núcleos são construídos em torno de Brad Pitt, que além de assinar a produção, interpreta um esquisitão que leva a sério teorias de conspiração, Steve Carell, cujo personagem afetado por uma tragédia pessoal é sempre pessimista diante da realidade e Ryan Gosling, que encarna um marrento, egocêntrico e arrogante especulador, o que acaba equilibrando o filme, pois ele é a síntese do estilo de vida americano.


A crítica à esse estilo de vida e ao sistema capitalista, que destrói tudo o que vê pela frente, permeia toda a história e é bastante ácida em alguns momentos. Os diálogos são muito bem construídos e carregados de sarcasmo. Os termos técnicos, que são muitos, e toda a questão econômica como tema é trazida de maneira bastante didática e permite que o público não familiarizado com esse universo consiga entrar na história. Aliás, essa é uma outra grande sacada do filme, pois certos termos e situações são explicados por celebridades como Selena Gomez e Margot Robbie e o pelo próprio Ryan Gosling, que às vezes interrompe a cena e fala com público. E como não falar das citações, que aparecem a cada avançar do tempo na história.


Concorrendo em cinco categorias no Oscar, A Grande Aposta se destaca principalmente pelo seu roteiro e pelo grande trabalho de seu diretor, e disputa pra valer esses dois prêmios. Os especialistas dizem que talvez seja o único filme capaz de tirar o grande prêmio de O Regresso, o grande favorito para melhor filme, mas na opinião deste humilde cinéfilo, não chega a tanto! Vale a pipoca, certamente! Tem a cara do Oscar, realmente! Mas não deve levar Melhor Filme.

Por Thiago Sales

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Spotlight (Segredos Revelados) - Sem badalação, mas muito bem produzido.

Spotlight - Segredos Revelados é uma obra que a princípio destoa um pouco dos demais indicados a Melhor Filme, pois não é uma superprodução, chega sem muita badalação e tem uma temática densa e bem particular, trata-se de um drama jornalístico.

Uma história chocante 
O filme, que concorre ao Oscar em seis categorias, é baseado em eventos reais e faz uma conexão com uma das grandes reportagens investigativas do século 21, vencedora inclusive do prêmio Pulitzer. A equipe de investigações especiais do jornal Globe, de Boston, a Spotlight, trabalhou durante meses apurando denúncias de pedofilia acobertadas pela Igreja Católica e essas revelações chocantes vão sendo apresentadas ao espectador em uma escalada de tensão, de maneira que vai sendo impossível, no evoluir da trama,  não se emocionar ou não se indignar diante da realidade contada.

O público se sente parte da história 
Podemos dizer, sem dúvida, que o grande mérito do filme é conseguir transportar o espectador para dentro do ambiente de redação. Quase como se ele estivesse investigando os fatos junto com os jornalistas, evidenciando uma questão ética, de comprometimento e motivação profissional. Uma verdadeira homenagem ao bom jornalismo. 

Atuações consistentes
É preciso destacar a trilha sonora, por sua importante função na dinâmica do filme, e excelente roteiro, o que o coloca entre os favoritos na categoria de Melhor Roteiro Original. Além disso, ainda traz uma Rachel McAdams bastante convincente e um  Mark Ruffalo impecável no papel do jornalista Michael Rezendes, o que pode lhe render, sem injustiças, o prêmio de Melhor Ator Coadjuvante.

Resumo da ópera?? O filme tem uma grande história para contar, é muito bom tecnicamente e tem atuações marcantes. Justifica todas as suas indicações. Ah, se vale a pipoca? Evidente que sim!

Por Thiago Sales





terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Perdido em Marte - Será o grande perdedor desta edição do Oscar??

Sabe aquela sensação estranha de quando você vê um filme, gosta dele, mas acha que ficou faltando alguma coisa? Pois é! Perdido em Marte é assim! Vou logo adiantando, ele até que vale a pipoca, mas...

Filme tem uma boa fotografia

O filme é baseado no livro de mesmo nome, escrito por Andy Weir. A aventura  começa quando a equipe de astronautas norte-americanos que realiza pesquisas em Marte, chefiada por Melissa Lewis (interpretada pela belíssima e talentosíssima Jessica Chastain), é atingida por uma tempestade e precisa abandonar rapidamente o local. Eles deixam para trás o botânico Mark Watney, que é dado como morto. 

Uma luta pela sobrevivência

A partir daí, começa a saga do astronauta em busca da sobrevivência. Ele precisa estabelecer contato com a Terra, traçar um plano meticuloso de resgate, refazer a base de operações e até plantar a própria comida. Nada muito difícil para o carismático e convincente Matt Damon, que concorre ao Oscar por este papel. O longa nem de longe se parece com outros sobre o mesmo tema, pois não tem a carga dramática de Gravidade, nem a densidade de Interestelar. Possui uma certa dose de humor e porções generosas de otimismo, quase um "auto ajuda", algo curioso quando se trata de um filme de Ridley Scott. Esqueçam qualquer comparação com Prometheus!!

A equipe vive um conflito moral

Podemos dizer que o filme conta com um bom elenco? Sim, temos Jessica Chastain (A hora mais escura), Kate Mara (House of Cards), Chiwetel Eijofor (12 Anos de escravidão), Jeff Daniels e o próprio Matt Damon, mas nada para um Oscar. Podemos dizer que possui um bom roteiro? Sim, mas bem distante dos outros concorrentes. No mais, tem uma razoável fotografia, discretas cenas de ação e efeitos especiais, um bom 3D e um Ridley Scott um pouco fora do habitual, tanto é que nem está entre os indicados a melhor diretor. 

O carismático Matt Damon

Conclusão?? Tem muitas indicações, sete no total. Mas fica aquém dos seus concorrentes em todas as categorias. Tem tudo para ser o grande perdedor da noite, ou o grande azarão, quem vai saber??

Por Thiago Sales