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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Cultura Cinematográfica - Quem Quer Ser Um Milionário?

Quem quer ser um milionário?

Aliás, quem não quer ser um milionário?

Jamal acertando tudo

Há algum tempo assisti o filme "Quiz Show - A Verdade dos Bastidores", que trata (mais ou menos) do mesmo assunto. Mas aqui a temática é diferente... E não só isso... Enquanto o Quiz Show se passa no interior dos Estados Unidos, este Quem Quer Ser Um Milionário? se passa na Índia. E na Índia dos dias atuais. Em Quiz Show o principal tema é os bastidores dos antigos programas de perguntas e respostas (Tipo Show do Milhão do Sílvio Santos) e as fraudes que foram cometidas naquela época. Quem Quer Ser Um Milionário? mostra um filme de amor. Uma história de amor meio impossível, mas ainda assim muito bela. Uma busca incessante de um rapaz (Jamal, interpretado por Dev Patel) atrás de uma moça (Latika, interpretada por Freida Pinto) que ele nem sabe se ainda existe, pois passaram por poucas e boas, mas que, como o programa vai ser visto em toda a Índia, entra no jogo do programa "Quem Quer Ser Um Milionário?" para disputar e aparecer para ela.

Jamal e Latika


O grande mote do filme são as perguntas que vão sendo feitas a Jamal. A cada pergunta que passa, o nível vai aumentando e se tornando cada vez mais difícil acertar. Mas, incrivelmente, as respostas tinham sido dadas a ele em algum momento de sua vida. Incrível.

A sinopse parece mais de uma novela mexicana, mas o filme tem um estilo bem interessante. Se desenvolve de maneira muito inteligente e ágil. Tem muito de Bollywood (principalmente nos momentos de dança que não poderiam faltar), mas tem aquele dedo do diretor. Danny Boyle, para os que não conhecem ele dirigiu A Praia, Extermínio e os mais famosos Trainspotting e Cova Rasa, põe sua mão. Sentimos o peso em várias cenas bastante pesadas. Era o seu melhor filme até 127 Horas deste ano. Com certeza, temos um diretor em ascensão no momento.

A edição é muito segura (lembra um pouco Cidade de Deus) e a fotografia é excepcional, principalmente por nos mostrar uma fotografia suja (o que é totalmente adequado ao filme), já que estamos muito acostumados a filmes limpinhos e bonitinhos. Não poderia deixar de falar da trilha sonora que é deslumbrante. Mesmo depois de anos que assisti o filme ainda estou com a música tema (Jae Ho Ho Ho) na cabeça. Os atores são todos indianos e a grande maioria iniciantes o que faz do trabalho ainda mais louvável e digno de nota.


Danny Boyle na festa do Oscar

Pra mim, só não foi melhor porque ganhou o Oscar de O Curioso Caso de Benjamin Button. Mas isso fica para um outro dia.

É isso!


Ricard Wolney

terça-feira, 17 de maio de 2011

127 Horas

Comecei a acompanhar o Oscar em 1996 e, de lá pra cá, só consegui assistir a todos os indicados a melhor filme antes da cerimônia em 1999. Este ano assisti a quatro filmes antes da cerimônia (pena que este ano são 10 indicados... hehehe...) e este é o quinto. Mas que filme!

Desde o começo, a edição vai nos levando até o ponto crucial (e inicial da história) do filme.


Como é que se sai dessa?

Jon Harris (merecidamente indicado ao Oscar de melhor Edição) inicia o filme dividindo a tela em três. E em todas vemos multidões. Diferentes multidões. Uma correndo, outra rezando, outra entrando (o saindo dos) metrôs... E abre uma das telas com a imagem de Aron Ralston (James Franco - em uma das atuações mais viscerais do cinema moderno).

E mostra como ele é (e gosta de ser) solitário e auto-suficiente.

Ele sai pra uma aventura em um canyon americano. O grande lance é... Ele não conta a ninguém. E isso é primordial pra contar o que acontece nas 127 horas.

Tá bom de contar o filme.

A edição é um caso à parte. Tem um cara que tem um canal no Youtube chamado Maurício Saldanha. O canal é o Cabine Celular. Ele fala sobre filmes que ele acabou de ver nos cinema, ainda nos créditos. E ele descreve muito bem a edição. E o que a gente espera de cinema e o que este filme distorce (graças à edição) e nos mostra que cinema não é, necessariamente, mostrar a realidade. Mas mostrar todas as possibilidades do pensamento humano. As últimas vezes que vi edições tão boas foram em Clube da Luta (David Fincher) e Traffic (Steven Soderbergh).

Outra coisa que o Maurício coloca (e que eu concordo) é que o filme só funciona devido ao triângulo perfeito entre Edição, Direção e Atuação. Jon Harris (que já fez primores em Snatch - Porcos e Diamantes, Danny Boyle (o diretor ganhador do Oscar em 2009 por Quem Quer Ser Um Milionário?, que  fez também Trainspotting, Extermínio, A Praia) e James Franco.

James Franco é Aron Ralston. Falo que ele É, porque ele não interpreta. NÃO! Ele "É" mesmo Aron Ralston. É incrível porque conseguimos sentir o que Aron sente, a gente cai com ele, sente a textura dos canyons. É incrível! Principalmente na hora da... Bom... É uma cena forte. Preparem-se. Não sei se todos sabem o que é, mas pra não estragar a surpresa de quem não viu, só digo isso: Preparem-se. É muito forte! E a cena passa inteira. Não tem cortes. Só edição. Ah! É uma história real.

Este é o verdadeiro Aron Ralston

É isso!

Vale a pena. O filme concorreu a seis Oscars, incluindo melhor filme, edição e ator. Pena passar aqui em Fortaleza só na sessão de arte. Mas...

É isso!

Ricard Wolney