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terça-feira, 16 de agosto de 2011

O Discurso do Rei

Postagem original em 24/02/2011. Atualizações abaixo do texto.


Indicado ao Oscar 2011 em 12 categorias e grande favorito a levar os principais prêmios, O discurso do Rei é um filme impecável. Tem todas as características de um grande filme: roteiro bem montado, direção precisa, atuações seguras, fotografia e figurino limpos etc. É um filme que não pede ao espectador para olhar no relógio quanto tempo falta para acabar a sessão. Não porque empolga pela ação, mas porque não causa enfado com diálogos longos nem com paradas para explorar a trilha sonora – que é bem discreta, mas de qualidade.

A despeito da qualidade cinematográfica, alguns historiadores reclamaram que o filme não retrata de maneira fiel a história, mas estamos aqui para falar da qualidade da obra de arte, não da sua fidelidade à  história real – embora esse tipo de crítica seja recorrente quando se trata de filmes baseados em fatos reais ou em obras literárias.

Filmes sobre a realeza britânica, volta e meia, aparecem – e aparecem bem –, como os recentes A Rainha e Elizabeth – A era de ouro. O monarca escolhido desta vez foi George VI, pai de Elizabeth II (vivida em A Rainha pela premiada Helen Mirren), a atual rainha da Inglaterra. Tentando curar seu problema de gagueira, o ainda príncipe Albert (Colin Firth) – Bertie para a família –, segundo na linha de sucessão ao trono, procura a ajuda de Lionel Logue (Geoffrey Rush), uma espécie de fonoaudiólogo da época. O príncipe Albert, primeiramente, desconfia dos métodos nada ortodoxos de Lionel, mas quando seu irmão, Eduardo VIII (Guy Pearce), abdica do trono para casar-se com uma americana divorciada, não resta alternativa ao príncipe senão confiar em Lionel, pois cabe a Albert assumir o trono da Inglaterra. E um rei precisa fazer discursos.

Muitos são os eventos que se sucedem durante as quase duas horas de projeção, mas a montagem linear e as legendas para situar o espectador no tempo e no espaço não deixam lacunas a respeito do encadeamento desses eventos, que desembocam na prova de fogo do agora Rei George VI: o primeiro discurso como monarca britânico em pleno início da Segunda Guerra Mundial.

Quando Colin Firth e Geoffrey Rush contracenam, temos as melhores sequências, tanto nas cenas mais dramáticas quanto nas mais cômicas. Guy Pearce, que escolhe seus papéis a dedo, e Helena Bonham Carter, a versátil e inesquecível Marla Singer de Clube da Luta, completam o elenco principal, ao redor do qual a história é conduzida.

A fotografia e o figurino mostram uma Londres nublada e opaca por uma densa neblina, talvez numa referência aos tempos sombrios de guerra que viriam. Tudo parece estar úmido e triste, dando o tom da tensão vivida pelo futuro rei.

E se há um problema em O discurso do Rei é a forma nada original como a história é contada. Como foi dito acima, tudo indica que receberá os Oscar de melhor filme e o de melhor diretor (Tom Hooper), pois, reitero, é um filme impecável, mas só o é justamente porque não corre o risco de ser inesquecível. Está tudo no lugar, e da maneira como normalmente encontramos, como em Uma mente brilhante, O paciente inglês, Coração valente, filmes que não coincidentemente levaram o maior prêmio da Academia.

Filipe Teixeira

Como esperado, O Discurso do Rei ganhou o Oscar de Melhor Filme. Venceu também nas categorias de Melhor Diretor, Melhor Roteiro Original e Melhor Ator, para Colin Firth.

Filipe Teixeira é escritor do blog Zinemateca e leitor do @redecinefilia. Você leitor também pode enviar seu texto para o nosso e-mail. Nós postaremos aqui no blog.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Filmes de Férias

Estão começando as férias de meio de ano e com elas vêm os filmes do verão americano.

Toda uma grade de programação é montada para adequar todos os filmes das grandes produtoras. A seqüência começou nesta sexta com "X-Men: Primeira Classe". O quinto filme da série vai mostrar a origem de cada um dos mutantes antes de se tornarem super-heróis. Com James McAvoy (As Crônicas de Nárnia, O Último Rei da Escócia e Procurado) como Charles Xavier e Michael Fassbender como Magneto.



Depois disso vem "Kung Fu Panda 2", no dia 10 de Junho. Após o sucesso do primeiro, era natural que a Dreamworks investisse em uma continuação. Novamente o urso Po e os cinco furiosos enfrentam um outro vilão que pretende dominar a China e destruir o kung fu. O filme foi muito bem recebido pela crítica.



Duas produções menores estreiam no dia 17: "Arthur, o Milionário Irresistível" e "Contra o Tempo". O primeiro é um remake do filme de 1981, com a Helen Mirren no papel que foi de Lisa Minelli. Já "Contra o Tempo" é uma ficção científica, com Jake Gyllenhaal interpretando um homem em sucessivas viagens no tempo para evitar que um atentado terrorista provoque a morte de milhares de pessoas.

A continuação de "Carros", de 2006, uma das maiores criações da Pixar, demorou a chegar. Rodada em 3D, com a direção de John Lasseter e Brad Davis, a animação acompanha as aventuras de Relâmpago McQueen e seu companheiro Mate numa competição ao redor do mundo com muitas seqüências de filmes de espionagem. Estréia dia 24 de Junho.


Jim Carrey aparece na comédia "Os Pinguins do Papai", na qual interpreta um pintor que recebe seis pinguins de presente, os aloja em casa e tem que se virar quando eles começam a procriar. Também no dia 1 de Julho, o aguardado "Transformers: O Lado Escuro da Lua", é ambientado na Guerra Fria entre EUA e Rússia dos anos 60 do século passado, quando robôs são descobertos no lado escuro da lua.


No dia 15 de Julho, o fim está próximo. É a estréia da última parte da série "Harry Potter" - "Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2", no qual o herói irá ajustar contas com seu arqui-inimigo Lord Voldemort.

O Fim é aqui

No dia 22, Tom Hanks poderá ser visto no drama romântico "Larry Crowne" seu segundo filme como diretor (o anterior foi "The Wonders - O Sonho Não Acabou", de 1996). No papel de um homem de meia-idade demitido do emprego e que, ao retornar à faculdade, se apaixona pela professora (Julia Roberts) sua paixão do passado.



Na última semana de férias (dia 29/07) filmes para adolescentes e crianças: o ressurgimento da figura mais patriótica das histórias em quadrinhos, em "Capitão América: o Primeiro Vingador". A outra estréia é a animação "O Ursinho Pooh", quarto longa do personagem dos desenhos animados dos estúdios Disney a chegar à tela grande.




É isso!

É férias! Vamos ao cinema!

Ricard Wolney

segunda-feira, 25 de abril de 2011

William e Kate - O Casamento do Ano (A RAINHA)

No próximo dia 29, haverá o casamento mais esperado dos últimos anos: William Arthur Philip Louis e Catherine Elizabeth Middleton (Príncipe William e Kate Middleton).


Quase exatamente 30 anos atrás (29 de agosto de 1981) casavam-se também como estrelas de cinema, os pais do príncipe ("Lady" Diana Spencer e o herdeiro Príncipe Charles). Depois de muitas idas e vindas e com o casamento já desgastado depois de apenas cinco anos, o casal se separa, em definitivo, em agosto de 1996. E em agosto (ô mêszinho danado) de 1997 a princesa morre em um acidente de carro, até hoje cercado de mistérios e conspirações.

É justamente sobre este período da história (a morte da "princesa do povo") que fala o filme A RAINHA.

Quando a princesa de Gales faleceu, ela já não era mais um membro da realeza, então não cabia à família real organizar um funeral, e sim, a seus parentes de sangue. Até aí tudo bem, o protocolo real estava do lado da rainha Elizabeth, mas ao simplesmente se recusar (inicialmente) a retornar a Londres para o funeral da princesa Diana causou uma onda de ressentimento e protestos. A rainha não soube lidar com a grandeza do fenômeno "Lady Di". Coube a Tony Blair (primeiro-ministro recém-empossado) tomar medidas que aproximassem a família real da população.


O filme é carregado por Helen Mirren. Não só pelo fato de ela interpretar o papel-título, mas pelo fato da interpretação ser espetacular, confundido-nos algumas vezes e levando-nos a acreditar que ela é realmente A RAINHA. Michael Sheen como Tony Blair dá o contra-ponto necessário à realidade do filme. Seria fácil cair na imitação, já que os personagens são reais e ainda estão vivos (A história aconteceu há apenas 14 anos - nove na época do filme), mas o filme surpreende pelo realismo com que o diretor Stephen Frears ("Ligações Perigosas", "Liam", "Alta Fidelidade") nos brinda. Mesmo que todo mundo saiba como vai acabar a história, o filme consegue interessar e, até mesmo, comover.

A direção é muito segura e o filme foi indicado, merecidamente, a seis Oscars (Filme, Diretor, Roteiro, Figurino, Trilha Sonora e Atriz - este último muito bem dado a Helen Mirren), além de ganhar inúmeros outros prêmios mundo afora.

É isso! Assistam para entender um pouco da família real britânica, já que vai ser o assunto da semana (senão dos próximos meses e anos).

Ah! E parabéns aos noivos Kate e William.

Ricard Wolney