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sábado, 6 de fevereiro de 2016

A grande Aposta - O filme com a cara da academia.

Selecione um excelente roteiro, com uma grande história e de preferência uma história real, reúna um grandioso elenco, adicione uma porção generosa de ironia, uma crítica contundente e os coloque sob a batuta de um diretor acostumado às "tiradas" da comédia. Pronto, temos um filme com a "cara do Oscar". Esse é A Grande Aposta.


E em primeiro lugar, é importante deixar claro algo importante: A Grande Aposta é uma comédia. Por mais que tenha um certo tom dramático em alguns momentos e em outros se pareça até com um documentário, tenhamos em mente que é uma comédia. O filme traz uma adaptação do livro de Michael Lewis, The Big Short: Inside the Doomsday Machine, e conta a história de investidores que previram uma das maiores crises econômicas da história, a crise do mercado de títulos imobiliários dos EUA, e de maneira absurda e contra todas as perspectivas apostaram contra o sistema financeiro. 


Não espere para ver os "mocinhos", que na hora H vão aparecer e salvar o mundo de uma tragédia. Aqui não há heróis, pelo contrário, essa turma ávida por dinheiro se aproveita das falhas do modelo, das consequências catastróficas e lucra muito, muito mesmo! Inclusive, uma das "genialidades" da trama é trazer quatro perspectivas diferentes da mesma situação. Primeiro temos Cristian Bale, impagável sob a pele de um personagem com uma inteligência fora do comum, mas constantemente em crise, com problemas comportamentais e que não se relaciona bem com as pessoas. Os outros núcleos são construídos em torno de Brad Pitt, que além de assinar a produção, interpreta um esquisitão que leva a sério teorias de conspiração, Steve Carell, cujo personagem afetado por uma tragédia pessoal é sempre pessimista diante da realidade e Ryan Gosling, que encarna um marrento, egocêntrico e arrogante especulador, o que acaba equilibrando o filme, pois ele é a síntese do estilo de vida americano.


A crítica à esse estilo de vida e ao sistema capitalista, que destrói tudo o que vê pela frente, permeia toda a história e é bastante ácida em alguns momentos. Os diálogos são muito bem construídos e carregados de sarcasmo. Os termos técnicos, que são muitos, e toda a questão econômica como tema é trazida de maneira bastante didática e permite que o público não familiarizado com esse universo consiga entrar na história. Aliás, essa é uma outra grande sacada do filme, pois certos termos e situações são explicados por celebridades como Selena Gomez e Margot Robbie e o pelo próprio Ryan Gosling, que às vezes interrompe a cena e fala com público. E como não falar das citações, que aparecem a cada avançar do tempo na história.


Concorrendo em cinco categorias no Oscar, A Grande Aposta se destaca principalmente pelo seu roteiro e pelo grande trabalho de seu diretor, e disputa pra valer esses dois prêmios. Os especialistas dizem que talvez seja o único filme capaz de tirar o grande prêmio de O Regresso, o grande favorito para melhor filme, mas na opinião deste humilde cinéfilo, não chega a tanto! Vale a pipoca, certamente! Tem a cara do Oscar, realmente! Mas não deve levar Melhor Filme.

Por Thiago Sales

domingo, 24 de janeiro de 2016

Oscar 2016

Eu nunca fiz um apanhado geral dos indicados ao Oscar, apesar do quê, sempre faço minhas observações. Mas tudo tem uma primeira vez. Vou fazer um levantamento, e quem me conhece sabe que gosto muito de números, portanto, vamos aos números do Oscar 2016...

O filme com o maior número de indicações é O Regresso, com 12 indicações. Isto faz dele o provável vencedor? Nem sempre o ganhador é o que tem o maior número de indicações, mas dessa vez acho que não tem nenhum filme para batê-lo. Ele concorre a três dos cinco principais prêmios (Filme, Diretor, Ator, Atriz e Roteiro), sendo eles Filme, Diretor e Ator, mas não concorre a Roteiro o que me deixa com um pé atrás quanto ao filme.

Será que é dessa vez, Leonardo?

O segundo é Mad Max... Bem, não o assisti, mas quem o viu o considera um dos melhores filmes do ano. É incrível que um blockbuster esteja entre os principais indicados, mas quando olhamos bem os números percebemos que fora o de Melhor Filme, todas as outras indicações são técnicas, o que faz com que o filme seja tecnicamente perfeito e, provavelmente, não tão bom em termos de atuação e roteiro, pois nem a isso ele foi indicado. É a primeira vez que um blockbuster concorre a melhor filme desde a série O Senhor dos Anéis, o que o torna um filme que deve ser visto.

Mario Kart - Apocalipse Edition

Quanto aos outros, acho que o grande perdedor da noite será Perdido em Marte, que foi indicado a sete prêmios, mas não conseguirá nenhum, apesar de ser, talvez, o filme mais agradável de se ver deste ano.

Da Próxima Vez Ele Será Deixado Para Trás

Este foi um ano de muitos filmes baseados em fatos reais, assim como o ano passado. Tradicionalmente, Hollywood coloca um ou dois filmes com este estilo, mas ano passado com cinco e este ano, com seis filmes ela saiu da curva. São eles: A Grande Aposta, Brooklyn, Ponte dos Espiões, O Quarto de Jack, O Regresso e Spotlight. Será que os roteiristas estão sem ideias novas e se aproveitando de bons livros?

Os três melhores filmes, na minha opinião, que talvez não queira dizer nada, pois não os assisti, são A Grande Aposta, Spotlight - Segredos Revelados e O Quarto de Jack. São filmes com a cara do Oscar, com elenco e roteiro excelentes baseado em fatos reais (olha aí eles aparecendo). Minha aposta (sem trocadilho, ok?) é que se tem um que possa tirar o Oscar de O Regresso é A Grande Aposta.

Grandes Atores em um Grande Roteiro - Uma Grande Aposta

Para terminar (e para não me alongar muito) não temos nenhum filme concorrendo a um novo espetáculo cinematográfico, explico... Nenhum deles concorre aos cinco grandes. Incrivelmente o maior indicado é O Quarto de Jack que concorre a quatro grandes: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Atriz e Melhor Roteiro. Faltou apenas Ator para fechar o Big Five e teríamos uma grande surpresa este ano.

Incrível como a história deste filme pode ser assustadora

Não falei de nenhum filme tratando de roteiro, direção, atuação e afins, pois não os assisti e temos um cinéfilo louco para falar sobre eles (está contigo Thiago).

É isso... No próximo post falarei sobre os prêmio técnicos...

Ricard Wolney

sábado, 18 de junho de 2011

Cultura Cinematográfica - O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus

O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus é um filme de Terry Gilliam por natureza. Quem conhece o diretor americano, que fez parte do grupo inglês Monty Python, já está acostumado aos delírios visuais do cara. No próprio grupo ele era o responsável pelas seqüências de animação totalmente loucas. Partindo dos filmes do Monty Python, passando por Brazil - O Filme, As Aventuras do Barão de Munchausen (este com um visual muito parecido com o O Mundo Imaginário...), Os 12 Macacos e Os Irmãos Grimm (este um dos mais normais e ainda assim com efeitos especiais de tirar o fôlego) chegamos a O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus.

 Doutor Parnassus

Já podemos considerar os filmes que se passam na cabeça dos outros um "sub-gênero". Alguns diretores já se aventuraram por estes meandros, como Spike Jonze em Quero Ser John Malkovich e Adaptação, Michel Gondry com Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembrança (Detalhe que: todos estes saíram da imaginação de um cara totalmente louco que é o Charlie Kaufman). Este ano um filme deste "sub-gênero" foi indicado ao Oscar: A Origem.


Vamos ao filme. Começando na Inglaterra dos dias atuais, encontramos uma trupe mambembe, liderada pelo imortal e milenar Dr. Parnassus (Christopher Plummer), que tem o poder de levar pessoas através de um espelho mágico a suas imaginações mais escondidas. O poder que ele possui foi adquirido através de um pacto com o diabo (Nick, aqui interpretado por Tom Waits), que volta agora para pegar o seu pagamento: a alma da filha do Doutor que está para completar 16 anos. As coisas não vão muito bem para eles.Até que eles encontram um cara pendurado (enforcado) em uma ponte. É Tony Shepherd (Heath Ledger em seu último papel antes de morrer). Não sabemos muito sobre ele, mas ele se mostra muito sedutor, carismático, mas com grandes problemas com a máfia russa.

Percebemos no filme uma crítica muito grande à sociedade consumista dos dias de hoje, às celebridades, quando ele mostra a filha do Dr. Parnassus totalmente envolvida com uma revista e sua imagem de família ideal. Outra idéia recorrente no filme é a luta entre o bem e o mal (Dr. Parnassus X Nick). Vemos o tempo todo as apostas que os dois fazem entre si e como, mesmo sendo o diabo, o Nick sabe que não pode viver sem o Dr. Parnassus.

O roteiro não é lá muito surpreendente, mas o que conta no filme é o visual com todos os aspectos e características do Terry Gilliam. A cada vez que entramos no espelho e entramos no Imaginário de cada pessoa nos surpreendemos com o que encontramos lá, pois cada um tem um imaginário diferente e ficamos imaginando como seria o nosso imaginário lá dentro.

Quanto às atuações, tudo bem, elas não são o ponto forte do filme (afinal de contas, com um visual como este - indicado a melhor Direção de Arte & Cenários e melhor Figurino no Oscar - fica difícil. Apesar do Próprio Gilliam ter conseguido com Os 12 Macacos com Brad Pitt e Bruce Willis). Temos os dois contrapontos: Christopher Plummer e Tom Waits, maravilhosos e os três suportes para eles, Lily Cole como a filha (simples), Andrew Garfield (que será o novo Homem-Aranha, mas muito apagado no filme) e Verne Troyer (Austin Powers, Harry Potter e O Grinch) como o anão que serve de veia cômica ao filme e ao mesmo tempo traz todos à realidade quando necessário.

Mas todos querem saber mesmo é de Heath Ledger. Claro que ele sobra no filme. O diretor afirmou que metade dos diálogos cômicos do filme foram improvisados pelo ator nas gravações. Mas ele morreu no meio das gravações e três amigos de Ledger (Johnny Depp, Jude Law e Colin Farrell) se propuseram a terminar o filme. É incrível como o filme não deixa buracos, pois os três aparecem em cenas muito bem inseridas e completamente dentro do contexto de substituição de Heath Ledger. Em certos momentos notamos que eles fizeram até mesmo os trejeitos de Heath Ledger, o que deixa tudo ainda mais legal. Os três doaram o cachê para a filha do ator que ficou sem parte na herança, pois quando ele morreu o testamento ainda não a incluía.

Porta de entrada para o Imaginário do Dr. Parnassus

Não posso falar muita coisa sobre a vida dele, mas não posso deixar de notar que, depois de fazer um papel emocionalmente perturbador como o Coringa ele se envolver num projeto como este não foi uma boa idéia, já que o filme fala de morte, pactos com o diabo e afins. Não que eu diga que isso leva as pessoas à morte, mas... Acontece...

É isso! Assistam porque vale a pena!

Ricard Wolney

quinta-feira, 3 de março de 2011

O (meu) melhor filme de todos os tempos

Não posso começar por outro filme que não: "CLUBE DA LUTA".
Se fosse só para citar os aspectos técnicos do filme, ficaria muito chato e o pessoal me acharia mais um "nerd" cinéfilo e isso é tudo o que eu não quero. (Apesar de direção, roteiro, edição e atuações serem perfeitos)
A genialidade de Clube da Luta está na sua ousadia. Ousadia de ter um roteiro imprevisível (com um final idem), de mexer ainda mais na ferida da sociedade moderna, de ir fundo na mente humana e utilizar elementos nunca antes vistos, de ser violento (apesar de justificável)... Isso é CLUBE DA LUTA
Ele é sim um filme perigoso. Mas somente para quem não está disposto a pensar, a penetrar e explorar a surra de idéias que o filme proporciona. TODAS as lutas são metáforas. Não estão ali para compor só cenas extremamente violentas. Elas existem para mostrar o desespero em que se encontra quem descobre que sua vida é um grande NADA. Sem dúvida, um filme mais do que brilhante. O melhor filme que eu já assisti.

O filme se pauta por um anti-capitalismo e um sentimento de anti-violência. Se analisarmos esse filme de maneira superficial, acharemos que a violência é uma boa maneira de resolver os problemas. Mas, se formos a fundo, descobrimos que o filme é, na verdade, pacifista (isto mesmo, pacifista).
JACK (Edward Norton - brilhante!) não agüenta mais sua vidinha fútil, sem significado. TYLER (Brad Pitt - insano!), um maluco anti-capitalista, fica amigo dele. Juntos fundam o tal Clube Da Luta, um local onde homens brigam entre si para extravasar toda a fúria de suas vidas rotineiras. A coisa começa a sair do controle e... Não posso contar mais senão estraga para quem não viu!!!
As mensagens anti-consumismo são mais que claras ("Você NÃO é o seu carro...") e também são outro ponto forte do filme.
Na próxima semana: O melhor filme brasileiro (na minha opinião, claro). Abraço.
Ricard Wolney