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domingo, 13 de março de 2016

Cultura Cinematográfica - Mais Filmes Brasileiros no Oscar

Dando continuidade ao post da semana passada (veja aqui), hoje vou falar sobre filmes brasileiros que foram indicados a outras categorias no Oscar.

No post passado falamos sobre os filmes brasileiros indicados, unicamente a Melhor Filme Estrangeiro, o maior prêmio para filmes de língua não-inglesa. Dessa vez, falarei sobre as outras categorias, o que pode incluir filmes realizados por brasileiros, mas não realizados no Brasil, ou categorias onde brasileiros concorreram ao prêmio.

Ary Barroso 

O primeiro brasileiro a concorrer na maior premiação do cinema mundial foi Ary Barroso. Ele mesmo, o autor de Aquarela do Brasil, concorreu, em 1944 pela canção original "Rio de Janeiro" no filme BRAZIL. Não foi dessa vez que ganhamos um prêmio. Como disse uma grande atriz brasileira: "não posso opinar sobre esse filme, não assisti"...

William Hurt - Ganhador do Oscar

Em 1986, um filme brasileiro-estadunidense concorreu a quatro Oscars. Era O BEIJO DA MULHER ARANHA e o diretor era o argentino, naturalizado brasileiro, Hector Babenco. Não podemos considerar este um filme puramente brasileiro, pois foi uma produção hollywoodana, mas tinha um diretor brasileiro, com um grande elenco brasileiro, por isso ele está na nossa lista. O filme concorreu a Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator (William Hurt - que ganhou o prêmio) e Melhor Roteiro Adaptado.
É um filme excelente, falando sobre a realidade da época na América Latina, a repressão política e seus presos políticos. A história se desenrola dentro do presídio, onde Luís Molina (William Hurt), um homossexual afeminado preso por corrupção de menor, desenvolve uma espécie de relacionamento com Valentín Arregui (Raul Julia) através de um filme de suspense romântico alemão, que também é uma peça de propaganda nazista.

Depois disso, só em 1999 teríamos um concorrente, na verdade UMA concorrente, aliás UMA SENHORA CONCORRENTE... Fernanda Montenegro.

Fernanda Montenegro e Vinicius de Oliveira

Precisa, mesmo, apresentar? Ok... Fernanda Montenegro é, simplesmente, a maior atriz brasileira de todos os tempos. E tenho o orgulho de ter um filme interpretado por ela concorrendo a melhor filme estrangeiro e de vê-la concorrendo a Melhor Atriz por CENTRAL DO BRASIL. Ela foi a vencedora do Urso de Ouro de Melhor Atriz em Berlim e além do Oscar ainda foi indicada ao Globo de Ouro da categoria.
Sobre o filme já falei no post anterior. Quanto a ela, acho que peguei um abuso tão grande da Gwyneth Paltrow, por ela ter ganho o prêmio da Academia. O filme é fraquinho, a interpretação dela idem. Se era pra perder para alguém de Hollywood que fosse para a Cate Blachet que ganhou o Globo de Ouro por Elizabeth (esse sim, um filmaço).

Douglas Silva - Dadinho é o c...

Em 2004, veio o fenômeno CIDADE DE DEUS. Um pequeno parêntese para explicar como funciona a escolha de filme estrangeiro.
Para um filme estar entre os indicados a melhor filme estrangeiro ele tem que ser enviado, oficialmente por seu país. Para todas as outras categorias, o filme tem que ter sido exibido em território americano no ano anterior ao da exibição (como em todas as outras categorias), mas, para Filme Estrangeiro, pode ser exibido até em janeiro do ano corrente. Foi o caso de Cidade de Deus.
Os votantes para esta categoria precisa ter assistido todos filmes e, a partir daí, fazer a escolha. Normalmente, quem tem mais tempo para esse tipo de escolha são pessoas de mais idade que, não gostaram do filme. Ele não foi indicado a Melhor Filme Estrangeiro.
Mas aí foi que veio a maior surpresa do cinema nacional de todos os tempos. O filme foi indicado nas categorias principais. Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Fotografia e Melhor Edição. Só não foi escolhido para melhor filme, porque o lobby para um filme fuleragem sobre um cavalo de corrida (Seabiscuit - Alma de Herói) ganhou esta indicação dele. Aliás, a edição e a fotografia de Cidade de Deus podem ser exibidas em qualquer aula de cinema como uma das melhores de todos os tempos.
Este foi um filme que marcou uma geração inteira e que foi influência em muitas mídias, desde a televisão até quadrinhos, muito foi feito tendo como inspiração Cidade de Deus.
Tudo bem que ele não ganharia, afinal era o ano de fechamento do Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei, mas que seria um gostinho especial para o cinema nacional estar concorrendo na principal categoria isto seria.

É isso! (Por enquanto - esta é a parte I)

Ricard Wolney

sábado, 5 de março de 2016

Cultura Cinematográfica - Filmes Brasileiros Indicados ao Oscar

Terminou o Oscar...

E deu Spotlight - Segredos Revelados... Surpresa geral. Afinal a crítica já tinha decretado a vitória de O Regresso, com uma pequena dissidência apontando para Mad Max. Mas o filme de Tom McCarthy levou o prêmio apesar de levar apenas mais um prêmio, o de Melhor Roteiro Original.

Mas o texto de hoje não é para falar do Oscar. Pelo menos não do Oscar 2016.

Vamos fazer uma retrospectiva das indicações brasileiras ao prêmio máximo do cinema.

No começo do blog, fiz um post (veja aqui) com os filmes brasileiros premiados nos principais festivais do mundo: Urso de Ouro de Berlim, Palma de Ouro de Cannes e o Leão de Ouro de Veneza. Foram apenas três filmes: O Pagador de Promessas, Central do Brasil e Tropa de Elite. Indicados, foram mais. E escrevi sobre eles aqui.

Zé do Burro

O primeiro filme brasileiro a ser indicado ao Oscar foi justamente o primeiro brasileiro premiado: O Pagador de Promessas. O filme de Anselmo Duarte, baseado na peça homônima de Dias Gomes, é um primor do cinema. Trata-se de um pequeno proprietário de terra do interior da Bahia, Zé do Burro, que tenta pagar uma promessa de levar uma cruz de sua cidade para uma igreja em Salvador. O filme centra a história nas negações por parte da igreja e nas tentativas de apropriação da imagem do pobre pagador de promessas pelos jornais, por outros religiosos. O filme é contagiante e você fica preso na história torcendo sempre pelo personagem de Leonardo Villar.

Após O Pagador de Promessas, só viemos a ter outro indicado em 1996 com O Qu4tilho. Foi o segundo ano do renascimento do cinema brasileiro e trouxe o que pode ser considerado como uma era de ouro no cinema, pois tivemos três indicados em quatro anos. Foi a época que eu comecei a acompanhar cinema. Era ótimo termos bons filmes brasileiros no cinema.

E o quatrilho está formado

O Qu4tilho, de Fábio Barreto, fala de uma história real, que aconteceu na época da imigração italiana, entre dois casais de amigos que foram morar juntos em uma colônia, especificamente na mesma casa. Já dá para imaginar que iria acontecer alguma coisa. E acontece. A esposa de um marido foge com o marido da outra, dando início ao Qu4tilho do título, uma referência a uma dança italiana onde os pares são trocados. Contando com uma fotografia impressionante para um filme brasileiro dos anos 90, quatro atores maravilhosos (Glória Pires [não posso opinar], Patrícia Pillar, Alexandre Paternost e Bruno Campos) e uma história simples, mas muito bem contada, o filme é excelente. Uma pena ter perdido para um filme holandês, que é até bom (Antonia, o nome do filme), mas O Qu4tilho era melhor e se tinha um filme para tirar o prêmio seria O Homem das Estrelas da Itália.

O Que é Isso, Gabeira?

O próximo filme também é de uma história real: O Que é Isso Companheiro? de 1998, do irmão de Fábio, Bruno Barreto.
O filme conta a história do sequestro do embaixador americano pelo grupo formado pelo hoje jornalista e político Fernando Gabeira. Outro filme excelente, com uma veia mais policial, com uma parte investigativa e outra mais de ação que faz com que o filme tenha um ritmo perfeito para a história que conta. É uma página da nossa história que, cada vez mais, deve ser encarada de frente, a Ditadura Militar. Perdeu para Caráter, outro filme holandês bom. Dessa vez, considero até que haveria um empate

Fernanda Montenegro e Vinicius de Oliveira

O último filme brasileiro indicado ao Oscar foi Central do Brasil, de Walter Salles, em 1999.
Com certeza, o melhor dos quatro. Uma obra-prima do cinema nacional. Alguns o consideram o melhor filme brasileiro já feito. Eu o coloco em um honroso top 3.
O filme conta a história de Dora, maravilhosamente interpretada por Fernanda Montenegro, uma trambiqueira que trabalha na Central do Brasil, a maior estação de trem do Rio de Janeiro, como escritora de cartas. Ela se aproveita das pessoas que não sabem ler para aplicar o golpe. Até que um dia sua vida muda com a chega de um menino, Josué, a revelação Vinicius de Oliveira, que teve sua mãe atropelada na saída da estação e que acabara de escrever uma carta por Dora.
Sem contar muito, o filme vira um road-movie sensacional que mostra as belezas do sertão nordestino com uma fotografia estonteante e com um roteiro que te leva a ficar preso na cadeira e esperar por todos os instantes do filme. Perdeu para o horroroso A Vida é Bela (podem começar a me esculhambar). Não sei se gosto menos do filme italiano por causa disso, ou se o filme é ruim mesmo. E a mestra Fernanda Montenegro perdeu o Oscar de melhor atriz para a insossa Gwynet Paltrow (a Pepper Pots de Homem de Ferro) de Shakespeare Apaixonado.

É isso! A Cultura Cinematográfica está de volta...

Voltei com tudo e, aguardem, por que vem muito mais por aí...

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Cultura Cinematográfica - Prêmios Brasileiros II

Dando continuidade ao post da semana passada, falarei dos brasileiros que ganharam prêmios internacionais relevantes. É interessante como a nossa cinematografia não é muito premiada. E, além de tudo, ainda é xingado pela maioria dos brasileiros.

Mas, ainda assim, temos muitos filmes brasileiros bons e que foram premiados mundo afora, tais como:

GLÁUBER ROCHA

O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro (Diretor/CANNES)

DARLENE GLÓRIA

(Toda Nudez Será Castigada - Arnaldo Jabor) (Atriz/BERLIM)
FERNANDA MONTENEGRO

(Central do Brasil - Walter Salles Jr.) (Atriz/BERLIM) 

MARCÉLIA CARTAXO

(A Hora da Estrela - Suzana Amaral) (Atriz/BERLIM)

FERNANDA TORRES

(Eu Sei que Vou te Amar - Arnaldo Jabor) (Atriz/CANNES)
SANDRA CORVELONI

(Linha de Passe - Walter Salles Jr.) (Atriz/CANNES)


Temos ainda a Florinda Bolkan (atriz cearense) que ganhou vários relevantes prêmios internacionais, inclusive três DAVID DE DONATELLO (Oscar Italiano). Mas como Florinda é nordestina, sempre teve seu extraordinário sucesso ignorado pela crítica do Sudeste.








Até mais!

Ricard Wolney