terça-feira, 23 de agosto de 2011

A Rede Social

*Postagem original em 27/02/2011.


Os primeiros minutos de filme me deixaram meio confusa. Fiquei animada com a música do White Stripes – toda a trilha sonora também é muito boa, como prova a indicação na categoria – mas a fotografia escura e amarelada me incomodou. Assim como a fala rápida e desconexa de Jesse Eisenberg – numa bela atuação que lhe valeu indicação na categoria de melhor ator – no papel do polêmico Mark Zuckerberg, criador do Facebook. O ponto positivo foram os créditos iniciais. Simples, mas interessante.

David Fincher – que concorreu a melhor diretor no Oscar – não provoca o mesmo furor e reflexão que causou em seu brilhante “Clube da Luta”. Me incomoda que o filme não se atenha aos fatos e crie novos e ficcionais conflitos. Apesar da falta de veracidade, o roteiro é bem provido de conflitos sustentados no correr da história. Como o site que o Mark do filme cria para zoar as garotas da faculdade depois que sua namorada termina com ele. E que dá o pontapé inicial a todos os conflitos seguintes.

No contexto geral é um bom filme. Mas me deixou perdida de vez em quando, pois a ação muda continuamente entre toda a jornada do facebook e os dois processos movidos contra Zuckerberg, por Eduardo Saverin e os irmãos Wilklevoss. Essa parte é verídica.

A rede social concorreu a melhor roteiro adaptado, fotografia, montagem, trilha sonora e mixagem de som, sendo oito categorias no total, empatando com “A Origem”. Passando longe do favorito “O discurso do Rei”, que teve doze indicações, eu imaginava que não levaria o prêmio principal, porque ele falha no que penso ser o intuito de Fincher: nos dar um choque de realidade quanto ao mundo novo da tecnologia que traz amizades instantâneas e fugazes. Mas há algo com que não contamos: o poder e fama que o facebook tem nos EUA. E isso poderia ter sido algo determinante na premiação.

Larissa Ludiana

Um comentário:

Unknown disse...

Larissa, eu penso que a aparente "confusão" no diálogo inicial entre Zuckerberg e a namorada são uma simbologia p/a própria natureza do Facebook: uma corrente ininterrupta de informações que se alternam e substituem as anteriores assim como é na "timeline" de quem tem perfil no Facebook.

A fotografia em tons pastéis e/ou frios é outro recurso recorrente do David Fincher p/ sugerir climas distintos, bem como passagens de tempo como em flashbacks, por exemplo.

Eu acho o filme louvável pelo primor técnico e pela capacidade de fazer compreender o q é o Facebook e o pq de toda polêmica em torno do Zuckerberg. Os iniciados em informática aprender de forma quase didática/visual como o Facebook se tornou o q é enquanto os veteranos em tecnologia se satisfazem c/ a forma correta c/ q os fatos são narrados, ainda de de forma adptada afim de caber no tempo de exibição.