terça-feira, 16 de agosto de 2011

Cisne Negro

Postagem original 21/02/2011. Texto modificado com atualizações.

Fonte das imagens: Google

Extasiante. Perfeito. Não consegui encontrar defeitos nessa obra arrebatadora. O diretor Darren Aronofsky – que também concorre ao prêmio de melhor diretor – extraiu o máximo de cada mínimo personagem, de cada mínima fala, de cada mínima cena. E há espelhos, muitos espelhos. Mas é preciso ter nervos.
Não é um filme fácil de se ver. A fotografia é bem forte, com uma câmera inquieta e muito, muito próxima da personagem principal – vivida intensamente por Natalie Portman – que nos tira do conforto de meros espectadores da ação, para nos fazer viver e sentir junto com Nina, em sua transformação no Cisne Negro. Os personagens que a rodeiam, caricaturas de si, do estereótipo e das pessoas que nos rodeiam, pressionam-na ao limite, deixando a tensão escorrer pela tela, e levando a um final surpreendente, mas o único possível.
Os efeitos especiais estão incríveis, e há sangue, muito e convincente sangue. Outro ponto marcante é o figurino, que apesar de básico – as roupas se resumem às dos ensaios e da apresentação do balé – tem sua maneira de se expressar, ajudando a contar a história usando cores e tecidos. E a trilha sonora, que faz o filme dançar em seu ritmo, com a música original do Lago dos Cisnes de Tchaikovsky passeando por novas “vibes”.
Como era de se esperar, cisne negro não ganhou o Oscar de melhor filme. Mas deveria. E o Oscar de melhor atriz já era dado como certo para Natalie Portman, que soube lidar com toda a magnitude do personagem dentro e fora das telas – diferente de alguns atores que não suportaram a pressão de personagens traumáticos, Natalie não poderia estar melhor. Tem três filmes que estréiam esse ano, está noiva e acabou de dar à luz a seu primeiro filho.
Além desses, cisne negro ainda concorreu aos prêmios de melhor fotografia e edição. E tinha grandes chances de levar ao menos duas estatuetas. Mas a minha torcida era de que ganhasse o Oscar máximo. Nas palavras de um amigo meu: “a vida se divide em antes e depois de Cisne Negro.”
Larissa Ludiana

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