terça-feira, 16 de agosto de 2011

(Abre Parênteses

Fernando Meirelles


         Aclamado por ser o único representante brasileiro dentre os indicados ao Oscar 2011, o documentário (ênfase em DOCUMENTÁRIO – entenda como quiser) “Lixo Extraordinário” está dando o que falar. Pena que o falatório não se resume às críticas cinematográficas.

            O documentário é fruto de uma coprodução entre o Brasil, através da O2 Filmes de Fernando Meirelles, e a Terra da Rainha, mas a grande polêmica está no fato de apenas a sua parte britânica ter sido reconhecida pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. Foram indicados para o recebimento da possível estatueta a diretora Lucy Walker e o produtor Angus Aynsley, ambos britânicos. O Meirelles? Bem, ele fica com a satisfação de ter seu nome estampado no início do filme, na condição de produtor executivo.

"Na minha conta o filme é uns 70% brasileiro, já que foi financiado 50% pelo Brasil e ainda rodado e montado aqui. Oficialmente é uma coprodução Brasil/Reino Unido”
Fernando Meirelles

            Depois de ter seus cálculos desconsiderados, Fernando foi além, e quando questionado sobre uma possível vitória da produção, sugeriu uma divisão:

"Pensei em serrá-la ao meio, a dúvida é quem fica com a parte de baixo. Talvez nós, os brasileiros, que somos menos racionais. Outra ideia seria serrá-la separando o lado esquerdo do direito - neste caso preferia ficar com o esquerdo, mais intuitivo. Se não me engano, quando se ganha o Oscar é possível pagar 12 mil dólares por uma réplica. Meio caro, não sei se vale."

            Acho que não preciso dizer mais nada, não é?!

Fecha parênteses.)
Jeferson Santos

*Texto originalmente postado em 24/02/2011.
Lixo Extraordinário perdeu o Oscar para Inside Job (Trabalho Interno) de Charles Ferguson e Audrey Marrs. Ganhou os prêmios de público do Festival de Sundance e de Berlim.
Os prêmios provavelmente não ficaram aqui no Brasil. Nada mais justo.

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