quarta-feira, 9 de março de 2011

RANGO

Um faroeste como há muito tempo não era feito. RANGO engana desde o início. Achamos que vai ser uma coisa e é outra completamente diferente. Nos surpreende desde o início, com uma abertura meio monótona, até o desenrolar que mostra todos os personagens clássicos de um faroeste: o estranho sem nome (existe até um filme com este nome, com Clint Eastwood no papel principal), o político corrupto, o pistoleiro mercenário, a população escorchada e oprimida.
O fato de ser uma animação em nada altera o fato primário do filme ser um FAROESTE. Ele faz uma homenagem a vários filmes clássicos, mas não se furta ao fato dele ser um filme contemporâneo.

Este é um filme para ser apreciado, não apenas por crianças, mas também por todos aqueles que gostam de um filme bem feito. Assim como TOY STORY 3 que, para muitos cinéfilos, deveria ter sido o ganhador do Oscar de 2011.
Muitas pessoas não gostam de animação, pois acham que é coisa de criança. Vou dizendo: não é. Outros poderiam até argumentar que é uma covardia, pois o diretor de uma animação pode realizar bem mais que o diretor de um filme live-action... Mas e os efeitos especiais que estão por aí hoje e que são de muito mais qualidade? AVATAR, por exemplo, que foi (quase) todo feito em computador, pôde concorrer a melhor filme (e foi o favorito) e TOY STORY 3, UP – ALTAS AVENTURAS, WALL-E, RANGO não? Por quê?
Vai me dizer que Woody (Tom Hanks) e Buzz Lightyear (Tim Allen) têm menos qualidade artística que Mark Ruffalo, por exemplo, que estava concorrendo ao Oscar de Ator Coadjuvante? O mesmo podemos dizer do nosso herói RANGO, belissimamente interpretado por Johnny Depp.


RANGO nos surpreende por sua qualidade intrínseca aos atores que o interpretam. Johnny Depp como o camaleão solitário e, por isso mesmo, problemático, está impecável, como em toda vez que ele deseja interpretar com gosto (e ele o faz sempre bem em animações). O restante do elenco segura muito bem: Abigail Breslin (de Pequena Miss Sunshine), Alfred Molina (Homem-Aranha 2, Frida, Aprendiz de Feiticeiro e outros), Bill Nighy (Piratas do Caribe), dão a devida verossimilhança que o filme pede.
A trilha sonora que te faz sair cantando e a fotografia escaldante do deserto americano são outros pontos fortes. O senso de humor é outro ponto forte do filme, que é muito bem desenvolvido no roteiro de Gore Verbinski (PIRATAS DO CARIBE, A MEXICANA), que também dirige o filme e trouxe a agilidade de seus outros filmes para este.

Referências estão em toda parte, desde o Espírito do Oeste até o nome da Vila: Poeira (referência direta ao filme lá de cima: O ESTRANHO SEM NOME, cuja vila se chama Lago) e para uma pessoa que goste de Faroeste, este filme é um achado.

Assistam e me digam
Ricard Wolney

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