terça-feira, 17 de maio de 2011

127 Horas

Comecei a acompanhar o Oscar em 1996 e, de lá pra cá, só consegui assistir a todos os indicados a melhor filme antes da cerimônia em 1999. Este ano assisti a quatro filmes antes da cerimônia (pena que este ano são 10 indicados... hehehe...) e este é o quinto. Mas que filme!

Desde o começo, a edição vai nos levando até o ponto crucial (e inicial da história) do filme.


Como é que se sai dessa?

Jon Harris (merecidamente indicado ao Oscar de melhor Edição) inicia o filme dividindo a tela em três. E em todas vemos multidões. Diferentes multidões. Uma correndo, outra rezando, outra entrando (o saindo dos) metrôs... E abre uma das telas com a imagem de Aron Ralston (James Franco - em uma das atuações mais viscerais do cinema moderno).

E mostra como ele é (e gosta de ser) solitário e auto-suficiente.

Ele sai pra uma aventura em um canyon americano. O grande lance é... Ele não conta a ninguém. E isso é primordial pra contar o que acontece nas 127 horas.

Tá bom de contar o filme.

A edição é um caso à parte. Tem um cara que tem um canal no Youtube chamado Maurício Saldanha. O canal é o Cabine Celular. Ele fala sobre filmes que ele acabou de ver nos cinema, ainda nos créditos. E ele descreve muito bem a edição. E o que a gente espera de cinema e o que este filme distorce (graças à edição) e nos mostra que cinema não é, necessariamente, mostrar a realidade. Mas mostrar todas as possibilidades do pensamento humano. As últimas vezes que vi edições tão boas foram em Clube da Luta (David Fincher) e Traffic (Steven Soderbergh).

Outra coisa que o Maurício coloca (e que eu concordo) é que o filme só funciona devido ao triângulo perfeito entre Edição, Direção e Atuação. Jon Harris (que já fez primores em Snatch - Porcos e Diamantes, Danny Boyle (o diretor ganhador do Oscar em 2009 por Quem Quer Ser Um Milionário?, que  fez também Trainspotting, Extermínio, A Praia) e James Franco.

James Franco é Aron Ralston. Falo que ele É, porque ele não interpreta. NÃO! Ele "É" mesmo Aron Ralston. É incrível porque conseguimos sentir o que Aron sente, a gente cai com ele, sente a textura dos canyons. É incrível! Principalmente na hora da... Bom... É uma cena forte. Preparem-se. Não sei se todos sabem o que é, mas pra não estragar a surpresa de quem não viu, só digo isso: Preparem-se. É muito forte! E a cena passa inteira. Não tem cortes. Só edição. Ah! É uma história real.

Este é o verdadeiro Aron Ralston

É isso!

Vale a pena. O filme concorreu a seis Oscars, incluindo melhor filme, edição e ator. Pena passar aqui em Fortaleza só na sessão de arte. Mas...

É isso!

Ricard Wolney

Nenhum comentário: