segunda-feira, 11 de julho de 2016

Quatro amigas e um casamento

Bachelorette é um filme incômodo.
Devo explicar: quando você virou uma feminista que tenta “problematizar” tudo ao seu redor (como eu), alguns filmes são intragáveis. Ou alguns personagens (fico devendo exemplificar com o ótimo caso de 500 dias com ela). Então ao assistir Bachelorette, tive diversos momentos de surpresa.
Como o próprio título em português já cita, o filme é sobre um casamento. A personagem a se casar é Becky, interpretada pela sempre ótima Rebel Wilson. Já fiquei feliz de cara. Atriz gorda, interpretando uma personagem satisfeita com seu corpo, vai casar, e as amigas magras anoréxicas são as coadjuvantes. Ah, como eu estava enganada.
O enredo se desenrola e temos uma amiga magra e bulímica sentindo inveja da noiva, uma garota bonita burra e servindo de objeto para os homens ao seu redor, e a terceira amiga baderneira e rastejando aos pés do ex. Nada de novo até agora no mundo das comédias românticas. As três juntas debocham do tamanho de Becky, e destroem seu vestido de noiva acidentalmente.
Até aí tudo isso me incomodava, mas não o suficiente pra desligar a TV. As três seguem numa jornada para recuperar o vestido a tempo do casamento. Enquanto isso, descobrem coisas sobre si mesmas, enfrentam obstáculos juntas. Num final obviamente esperado, as amigas estão felizes, acompanhadas e dançam ao som de I’m gonna be (500 miles), melhor presente que o filme me deu, e que toco em looping desde então.
Acho que o que me fez ir até o final desse filme, é que muitas vezes somos as pessoas que os outros enxergam e nos rotulam. E só quando encontramos adversidades, decidimos gritar “F*CK EVERYONE!”. 

Por Larissa Ludiana

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